quarta-feira, 7 de agosto de 2013

FRANCISCO



 Passado o impacto dos dias felizes da presença do Papa Francisco entre nós, busco amadurecer sobre o quanto se ouviu, e viu, em palavras e atitudes, desse homem, para que ele e o que realizou não se tornem mera lembrança midiática, fadada ao esquecimento, mas façam sentido concreto em nossas vidas.
O dar sentido concreto às nossas vidas ensinou-me o Papa Francisco numa frase: necessitamos construir a civilização do encontro. O passo vital a tanto, repetiu-o enfaticamente Francisco, está no: “dialogar, dialogar, dialogar”. Ou seja: abrir-se ao outro; ouvi-lo, respeitá-lo, não importando a extensão de nossas diferenças culturais, sociais, religiosas.
O ensinamento de Jesus não segrega, não violenta, não está nas soluções ditatoriais do pensamento único, na jactância do eu pavoneado e absoluto, detentor exclusivo da verdade.
O ensinamento de Jesus, mostra-nos tão sinceramente o Papa Francisco, sem quaisquer concessões a efeitos publicitários, ou a “lobbies” de qualquer espécie, situações essas tão em voga na chamada “teologia da prosperidade” e bem assim em bandeiras ilusórias do politicamente correto – e aqui o Papa concita-nos a não temer posicionarmo-nos contra a corrente -, o evangelho de Jesus abraça o que é marginalizado, a despeito de estar marcado com o estigma de ser “viciado em drogas”; detém-se e concretamente se solidariza com os excluídos materialmente de bens; ensina o valor maior da ação política, calcada na honestidade de propósitos porque unicamente comprometida na incessante promoção do bem comum; beija a vida em gestação, e tão logo que gestada, no gesto tão repetido de Francisco de acolher e sorrir aos bebês e criancinhas, que se lhe alçavam.

Que cada um de nós saiamos de nós mesmos. Abramos as janelas de nossa existência e, no espaço do protesto, firme, mas ordeiro; perseverante e atentos às respostas vindas, e como vindas, não desanimemos, como o Papa Francisco conclamou a juventude a não desanimar, porque ser missionário é sonhar o real; dissipar o confuso, “esperar contra toda esperança”; peregrinar, e peregrinar, e peregrinar...       

3 comentários:

Maria Auxiliadôra disse...

Muito bom seu texto. Professor Claudio, suas palavras expressam com exatidão a imagem e, porque não dizer, a essência do nosso Papa Francisco. A sua passagem, tão breve, mas com imensa força, pelo Brasil, despertou em muitos, incluindo não-católicos, respeito por Sua Santidade e reacendeu a chama do amor por Nosso Senhor Jesus Cristo. Particularmente, encantei-me, especialmente pelo sorriso franco, braços abertos acolhedores, simplicidade e clareza nas palavras, sempre tão atuais. Um abraço fraterno.

Claudio Fonteles disse...

Estimada Maria Auxiliadôra: Agradecido por suas palavras. Que Deus esteja sempre com nosso Papa Francisco.

Paz e Bem,
Claudio.

Dois Caminhos... disse...

O jeito humilde de Francisco, já nos ensina muito do que devíamos
saber.